Tenho que aceitar que só serei feliz o dia que aceitar esse furacão dentro de mim.
Fazê-lo brisa não me satisfaz.
Preciso de intensidade, de cores vivas, de música pulsante e de drama visceral.
Quero sentir o mundo com todas suas lágrimas. Ouvir os risos, sentir novos perfumes. Viajar livre por aí - pra me conhecer.
.
Fosforilando
Fosforilações cotidianas
18.10.14
3.2.14
Verão
Dezembro: furacão de mim.
Turbilhão de emoções e idéias. Época de mudanças, de medo. Desfila em meu coração uma bateria com pausas arrítmicas que me fazem morrer por alguns segundos. Desespero pra dentro, num crescente de angústia.
Cinza.
E do verão vem uma força que ilumina, trazendo vida a tudo e um cheiro de maresia. O som das ondas me invade de vontade de viver, de ser, estar, ouvir e sentir na intensidade de tudo! O calor me aviva e faz levantar.
E assim você chega em minha vida - calor de verão com brisa refrescante, perfume de flores do campo. Suave. Carinho que aquieta, que aquece, que enternece.
Me entrego devagar à doçura que chega de mansinho e que faz limpar meu céu. Nuvens e transtornos se dissipam (ou ao menos se organizam) no sossego de um abraço
.
Turbilhão de emoções e idéias. Época de mudanças, de medo. Desfila em meu coração uma bateria com pausas arrítmicas que me fazem morrer por alguns segundos. Desespero pra dentro, num crescente de angústia.
Cinza.
E do verão vem uma força que ilumina, trazendo vida a tudo e um cheiro de maresia. O som das ondas me invade de vontade de viver, de ser, estar, ouvir e sentir na intensidade de tudo! O calor me aviva e faz levantar.
E assim você chega em minha vida - calor de verão com brisa refrescante, perfume de flores do campo. Suave. Carinho que aquieta, que aquece, que enternece.
Me entrego devagar à doçura que chega de mansinho e que faz limpar meu céu. Nuvens e transtornos se dissipam (ou ao menos se organizam) no sossego de um abraço
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6.1.11
A carona
Estava convicta de que o amor era coisa do passado. Já não era mais pra ela. Da mesma forma que deixamos de lado a boneca, acontecia agora com o sentimento.
Diferente do brinquedo abandonado por desinteresse em momento da vida que ultrapassamos o lúdico, agora, era o amor que passava por ela, atropelando em alta velocidade e a deixando para trás. Ali, sozinha, machucada e desolada, na beira da estrada coberta da poeira da mágoa.
Sentou-se assim no caminho por longo tempo - tempo esse que não se afere em nosso mortal sistema cronológico, mas em nossa medida interior. Aquela que nos ilude acabando num piscar de olhos o dia com os amigos e destinando-nos à eternidade numa fila de espera.
Sentada, esperou. Esperou dias e feridas e meses e dores. Esperou pensamentos e anos e esquinas e sangue. Esperou lágrimas. Esperou a si mesma.
Tormentas após, encontrou-se. Olhou-se e enamorou-se de si mesma novamente. Quando percebeu já estava de pé a caminhar. Na mesma direção que seguia anos antes.
Para sua surpresa um carro para e ouve uma voz doce a perguntar: "Quer carona? Parece que estamos indo para o mesmo destino."
24.9.10
2.5.09
Sobre galinhas e possibilidades
Não gosto de toldos nas janelas, nem de nada que cubra meu céu. Gosto da imensidão à frente, das nuvens carregadas, des estradas infinitas com planícies que somem aos olhos.
Amo as possibilidades da vida. Preciso viver tendo escolhas. Mesmo que pareça rotina, mesmo que trabalhe no mesmo há anos, vivendo na casa onde nasci... trabalho, sabendo que tenho outras opções e vivo melhor na casa depois de descobrir que poderia mudar-me.
Sei que posso voar quando bem o quiser e que tenho esse controle. O que faço é porque quero. Estou onde quero... E com os que amo.
A piada é que entendi minha fobia com galinhas: além de desengonçadas (como me vejo muitas vezes), possuem asas e não voam. Nem ao menos tem esta possibilidade.
9.2.09
Perdão
Se ao menos houvesse esperado alguns segundos... Apenas o tempo de uma respiração profunda... Se esperasse passar a raiva insensata e analisasse um mínimo a situação...
Não consegui.
Senti o sangue aquecer o corpo, a fúria intensa que me fez rachar a pele mármore, cair o salto, maquiagem e sorriso, me deixando assim exposta, nua e irracional, enraivecida e passional.
E briguei.
Te chamei nomes de ódio por tanto amar, paradoxo estúpido do sentimento!
Depois, vergonha, arrependimento, culpa.
Detestei me ver assim tão... mulher!
Me senti num filme de Almodóvar, personagem colorida e emotiva, explodindo sensações.
Tive medo. Medo de mim.
Só contigo sou assim...eu. Meu melhor e meu pior.
Não consegui.
Senti o sangue aquecer o corpo, a fúria intensa que me fez rachar a pele mármore, cair o salto, maquiagem e sorriso, me deixando assim exposta, nua e irracional, enraivecida e passional.
E briguei.
Te chamei nomes de ódio por tanto amar, paradoxo estúpido do sentimento!
Depois, vergonha, arrependimento, culpa.
Detestei me ver assim tão... mulher!
Me senti num filme de Almodóvar, personagem colorida e emotiva, explodindo sensações.
Tive medo. Medo de mim.
Só contigo sou assim...eu. Meu melhor e meu pior.
3.1.09
Rosário
Não quero mais rezar as tristes contas deste rosário! Cansei de repetir a mesma ladainha.
Chega! Quero logo a absolvição! Quero logo solução. Perdoar... Perdoar-me.
Quero seguir adiante e pra isso preciso romper! Estirar o fio ao máximo mesmo que me sangrem as mãos. Arrebentá-lo de vez e deixar que rolem as contas ao chão.
Preciso mudar. Seguir adiante. Começar o ano de alma aberta, fio vazio na mão, aguardando novas dores a alegrias a serem rezadas.
12.1.08
O Urso
Em meu último sonho caminho com um grupo de pessoas por uma estrada. Sensação agradável.. De repente, surge um urso na estrada e vem me atacar. Fujo, me escondendo em casas e cavernas ao longo da estrada. Quando percebo que estou segura, volto a caminhar. Após alguns passos, volta o urso e novamente ataca só a mim. Fujo... Durante as tentativas de fuga, Fabio me ajuda a esconder ou a espantar o urso.
Assim tem sido meus atos: procurando não me estressar, muitas vezes fujo do urso evitando o combate. Saio, rio, me alegro e esqueço dos problemas.
Meus planos pra 2008? Ficar na estrada, enfrentar de vez os ursos que me surgirem no caminho. Lutar - que seja pra ganhar ou sair machucada, mas lutar! Ou aprender a dançar com o urso... E seguir a caminhada.
9.11.07
A Via Láctea
Poema recitado no belíssimo filme brasileiro "A Via Láctea"
Chuva Interior
"Quando saia de casa
percebeu que a chuva
soletrava
uma palavra sem nexo
na pedra da calçada.
Não percebeu
que percebia
que a chuva que chovia
não chovia
na rua por onde
andava.
Era a chuva
que trazia
de dentro de sua casa;
era a chuva
que molhava
o seu silêncio
molhado
na pedra que carregava.
Um silêncio
feito mina,
explosivo sem palavra,
quase um fio de conversa
no seu nexo de rotina
em cada esquina
que dobrava.
Fora de casa,
seco na calçada,
percebeu que percebia
no auge de sua raiva
que a chuva não mais chovia
nas águas que imaginava."
Mário Chamie
25.10.07
Sensações
O tato:
- jogar o lençol pra cima bem alto e deixá-lo cair, tocando suavemente minha pele;
- friccionar os pés na cama até que fiquem levemente dormentes... aí então, tocá-los com os dedos;
- mexer os dedos dentro de um pote de farinhas...daquelas bem fininhas... chega a fazer barulho;
- com a mão espalmada na piscina, vencer a tensão da superfície da água;
- cabelo de neném;
- cafuné;
O olfato:
- cheiro de bolo no forno;
- terra molhada;
- perfume de homem (Uommni Sport);
- gasolina;
- canela;
- incenso;
- éter;
- livro novo;
Paladar:
- chocolate;
- canela;
- pimenta;
- gengibre;
- lágrima;
- vinho do Porto;
Audição:
- risadas;
- chuva batendo na janela;
- violino;
- pássaros cantando de manhã;
- o vento na jalela do carro;
- o mar;
- sussurros ao ouvido;
- relâmpagos;
- batimentos cardíacos fetais no ultra-som;
Visão:
- raios;
- Monet;
- horizonte;
- verde;
- sorrisos;
- o Sol nascendo na Niemeyer, o crepúsculo no recreio;
- caleidoscópio;
- fotografias;
Aceito comentários com acréscimos pessoais à minha lista.
- jogar o lençol pra cima bem alto e deixá-lo cair, tocando suavemente minha pele;
- friccionar os pés na cama até que fiquem levemente dormentes... aí então, tocá-los com os dedos;
- mexer os dedos dentro de um pote de farinhas...daquelas bem fininhas... chega a fazer barulho;
- com a mão espalmada na piscina, vencer a tensão da superfície da água;
- cabelo de neném;
- cafuné;
O olfato:
- cheiro de bolo no forno;
- terra molhada;
- perfume de homem (Uommni Sport);
- gasolina;
- canela;
- incenso;
- éter;
- livro novo;
Paladar:
- chocolate;
- canela;
- pimenta;
- gengibre;
- lágrima;
- vinho do Porto;
Audição:
- risadas;
- chuva batendo na janela;
- violino;
- pássaros cantando de manhã;
- o vento na jalela do carro;
- o mar;
- sussurros ao ouvido;
- relâmpagos;
- batimentos cardíacos fetais no ultra-som;
Visão:
- raios;
- Monet;
- horizonte;
- verde;
- sorrisos;
- o Sol nascendo na Niemeyer, o crepúsculo no recreio;
- caleidoscópio;
- fotografias;
Aceito comentários com acréscimos pessoais à minha lista.
18.10.07
Dirigindo no escuro
"Quem olha para fora sonha,
quem olha para dentro acorda."
(Carl Gustav Jung)
Sonho às vésperas da formatura:
Noite. Estrada escura e sinuosa. Dirijo meu carro sozinha, guiada pelos faróis à frente. Caminho difícil - tortuoso e traiçoeiro. De início me tranquilizo por fazê-lo apenas seguindo os que estão adiante.
Mas, passado algum tempo dirigindo assim, me canso da segurança passiva e sou invadida por inquietude e irritação... E, subitamente, carros e caminhões encostam e sinalizam, dando passagem.
Agora, sigo meu caminho. Com a estrada escura e o desconhecido à minha frente. Só. Eu. Liderando minha vida, fazendo minha estrada, sem faróis alheios a me guiar.
16.10.07
Paciência
12.8.07
O ipê amarelo
Flores me lembram uma infância boa: interior de Minas; um ipê amarelo cresce junto ao muro do colégio.... Soninha, em nossos passeios, me fazia uma coroa - com linha e as pétalas amarelas enfileiradas. Eu, princesa, coroada por flores, andava pela cidade com meus longos cabelos a balançar.... Castelos inventados e um mundo de sonhos. Milhares de sonhos. Perfume, doce alegria, liberdade, crianças sorrindo...
Um dia... cortaram o ipê amarelo! – “fazia muita sujeira” – disseram homens sem sonhos.
Desde então, não tenho mais coroa e as pétalas não mais enfeitam meus cabelos. Mas ainda tenho sonhos bons e alma de criança. E, às vezes, ainda acordo sentindo o perfume da cidade, das flores, ouço Soninha rindo.... É, às vezes, ainda acordo princesa.
13.1.07
La tormenta
Eu quero ter voz! Quero ser ouvida! Quero falar uma frase até o final sem ser interrompida. Contar uma história inteira sem que se levantem pra tirar os pratos; sem que aumentem o som da tevê... Porque pouco importam as chuvas e as enchentes diante das minhas tormentas!
Quero contar sobre a minha viagem, sobre o livro que eu li e sobre um filme bom que vai estrear. Falar os planos que fiz pro meu ano, os concursos, os estágios; contar um dia cansativo e uma piada que ouvi na rua. Quero falar da vida, religião, política e da minha pele que descasca depois de tanto Sol. Porque é importante pra mim.
E tão importante quanto falar bem é saber ouvir.
Quero contar sobre a minha viagem, sobre o livro que eu li e sobre um filme bom que vai estrear. Falar os planos que fiz pro meu ano, os concursos, os estágios; contar um dia cansativo e uma piada que ouvi na rua. Quero falar da vida, religião, política e da minha pele que descasca depois de tanto Sol. Porque é importante pra mim.
E tão importante quanto falar bem é saber ouvir.
5.12.06
Entediada, parada no sinal de trânsito, demorei a me dar conta da cena que se passava na rua: um bairro de subúrbio do Rio, calçada de areia, meninos brincando... Um dos garotos estava numa cadeira de rodas. Aparentava uns 6 anos. Magro, pele corada de Sol, e um enorme sorriso no rosto. Gargalhava olhando pro céu... soltava pipa!
O menino não andava, mas seu corpo moreno voava alto e livre com a pipa laranja. E via as ruas, os bairros e a vida de um perspectiva única. Visitava lugares a que nenhum par de pernas pode levar.
E era feliz, de um jeito simples.
19.11.06
Quando trabalho sou séria e decidida,
quando me contenho fervo,
quando danço enlouqueço,
quando amo derreto:
Sou forte, emotiva, indecisa, perdida, exultante, exuberante, disposta,
linda e pensativa...
Agora, tenho lembranças. Tenho saudades...
Toda melosa...
Agora, Sou Florbela...
"O NOSSO MUNDO
Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...
Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!
A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!..."
Florbela Espanca
quando me contenho fervo,
quando danço enlouqueço,
quando amo derreto:
Sou forte, emotiva, indecisa, perdida, exultante, exuberante, disposta,
linda e pensativa...
Agora, tenho lembranças. Tenho saudades...
Toda melosa...
Agora, Sou Florbela...
"O NOSSO MUNDO
Eu bebo a Vida, a Vida, a longos tragos
Como um divino vinho de Falerno
Poisando em ti o meu olhar eterno
Como poisam as folhas sobre os lagos...
Os meus sonhos agora são mais vagos
O teu olhar em mim, hoje é mais terno...
E a Vida já não é o rubro inferno
Todo fantasmas tristes e presságios!
A Vida, meu amor, quero vivê-la!
Na mesma taça erguida em tuas mãos,
Bocas unidas hemos de bebê-la!
Que importa o mundo e as ilusões defuntas?...
Que importa o mundo e seus orgulhos vãos?...
O mundo, Amor!...As nossas bocas juntas!..."
Florbela Espanca
18.11.06
Tomar sol me deixa assim, meio devagar... Com o raciocínio lento, eu sei. Mas com uma tranqüilidade incrível, uma capacidade de observar os detalhes, os cheiros, os sabores. De ver em câmera lenta o rasante dos pássaros que bebem água na piscina, de ouvir chorinho e bossa nova e sentir que danço ali, estirada na cadeira... Lenta, rodopiante, sensual... E o sol me arde deliciosamente a pele. Mergulho: paz, silêncio, o mundo em câmera lenta... Minhas mãos, cabelos de sereia, reflexos da luz... Falta de ar! Respiro. Ahhhhh... E mergulho. O corpo volta a ficar vagaroso. Boa a sensação da água... E continuo assim, vendo tudo passar devagar.
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