2.5.09

Sobre galinhas e possibilidades




Não gosto de toldos nas janelas, nem de nada que cubra meu céu. Gosto da imensidão à frente, das nuvens carregadas, des estradas infinitas com planícies que somem aos olhos.
Amo as possibilidades da vida. Preciso viver tendo escolhas. Mesmo que pareça rotina, mesmo que trabalhe no mesmo há anos, vivendo na casa onde nasci... trabalho, sabendo que tenho outras opções e vivo melhor na casa depois de descobrir que poderia mudar-me.
Sei que posso voar quando bem o quiser e que tenho esse controle. O que faço é porque quero. Estou onde quero... E com os que amo.
A piada é que entendi minha fobia com galinhas: além de desengonçadas (como me vejo muitas vezes), possuem asas e não voam. Nem ao menos tem esta possibilidade.



9.2.09

Perdão


Se ao menos houvesse esperado alguns segundos... Apenas o tempo de uma respiração profunda... Se esperasse passar a raiva insensata e analisasse um mínimo a situação...
Não consegui.
Senti o sangue aquecer o corpo, a fúria intensa que me fez rachar a pele mármore, cair o salto, maquiagem e sorriso, me deixando assim exposta, nua e irracional, enraivecida e passional.
E briguei.
Te chamei nomes de ódio por tanto amar, paradoxo estúpido do sentimento!
Depois, vergonha, arrependimento, culpa.
Detestei me ver assim tão... mulher!
Me senti num filme de Almodóvar, personagem colorida e emotiva, explodindo sensações.
Tive medo. Medo de mim.
Só contigo sou assim...eu. Meu melhor e meu pior.

3.1.09

Rosário


Não quero mais rezar as tristes contas deste rosário! Cansei de repetir a mesma ladainha.

Chega! Quero logo a absolvição! Quero logo solução. Perdoar... Perdoar-me.

Quero seguir adiante e pra isso preciso romper! Estirar o fio ao máximo mesmo que me sangrem as mãos. Arrebentá-lo de vez e deixar que rolem as contas ao chão.

Preciso mudar. Seguir adiante. Começar o ano de alma aberta, fio vazio na mão, aguardando novas dores a alegrias a serem rezadas.